7.28.2010

Carta 11 - A alguém que morreu, mas eu gostaria de conversar

Sinto a sua falta.
É loucura, eu sei. A gente nem se conheceu, você fez sua passagem antes mesmo de eu nascer. Mas ainda sim, sinto muita saudade.
Dizem que somos parecidos, temos a personalidade forte e o coração bobo. Não bobo de tolo, mas bobo de ser mole e se desfazer em pedaços por outras pessoas. E acho que por isso tenho essa mania louca de pensar se você estaria orgulhoso de mim se estivesse por aqui. É como se o fato de todo mundo dizer que somos parecidos fizesse com que eu precisasse te deixar orgulhoso.
Houve uma época em que eu tinha inveja dos meus primos, não achava justo eles terem tido tempo de te conhecer e conviver com você e eu não. Mas essa fase passou porque eu sei que não convivemos neste plano, mas nossa ligação vem de outro plano. Queria poder te abraçar, sabia? Ouvir sua voz, tomar bronca, ir ao parque com você... tudo que eu fiz com meu outro avô eu queria ter feito com você também.
Sabia que depois que nós descobrimos seu nome completo (o da certidão de nascimento) foi uma choradeira? Bom, você conhece bem a família e sabe que todo mundo chora muito e por qualquer coisa. Mas o que eu queria te dizer é que quando eu tiver meu filho, ele vai ter seu nome e vai levar com ele a sua história e poder contar para outras gerações o grande homem que você foi.
Fica bem Vô Ângelo!
Saudades,
da sua neta

Um comentário:

Vivian Sanches Moraes disse...

oi Li.. vim conhecer seu blog e gostei mto!!!
A carta para o vô Angelo é mto linda! =)

Bjos, Vivian
(caso vc conheça outras Vivians, está é filha da Norma e do João, irmão do Victor, ah... vc sabe quem eu sou rsrs)