Ela saiu.
Foi se reencontrar. Sentiu que depois de tanto tempo, parte da sua essência
estava perdida. Ela tinha perdido a fé, tinha parado de acreditar nas pessoas.
Estava cansada de não ser ela mesma. E lá se foi.
Teve
dificuldades para se libertar de tudo aquilo que era pesado e a prendia. Tudo
que a impedia de seguir como quem havia sido. E ela andou, andou muito.
Pensamento longe, pensamento perto. Era muito ruído, do tipo que a fazia
enlouquecer. Até que um dia, caminhando, silêncio. Silêncio daquele que traz
paz.
Ela havia
andado tanto e reencontrado tantas coisas dela mesma que estavam esquecidas. E
quando ela reencontrou o que procurava, o silêncio foi total. Ela viu que
estava pronta para encarar o futuro. Ela finalmente percebeu que ali ainda
batia um coração e que ela podia abri-lo, que podia viver do seu jeito de
sempre.
E foi o que
fez, encarou toda a longa caminhada de volta sentindo aquele coração vivo
dentro dela. E voltou. Voltou apenas para perceber que era melhor colocar
aquele coração numa caixinha e jogar a chave fora. Ela estava pronta para o
mundo, mas ele não.
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